quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"O Prazer de Morrer"

Já fazia algum tempo que ela estava parada na beirada do ultimo andar de um belíssimo edificio.
Não, ela não estava com medo, nem havia mudado de idéia quanto ao que iria fazer, apenas queria sentir mais intensamente toda aquela sensação que agora a dominava.

Deu um passo e olhou para os carros que passavam rápidos pela avenida, algumas pessoas andavam sem nem se darem conta do que estava para acontecer, olhou para o céu, uma imensa lua prateada irradiava beleza ofuscando as poucas estrelas que ainda conseguiam se mostrar entre algumas nuvens brancas que boiavam ameaçadoras na escuridão.

Fechou os olhos e respirou fundo, não haveria volta, a decisão fora tomada a dias, não podia voltar atras.
Um vento gelado a fez estremecer, sentiu-se flutuando por alguns instantes e então duas mãos fortes a segurando pelos ombros. Assustou-se e virou bruscamente na direção contrária, seus olhos cruzaram com dois olhos faíscantes envoltos numa máscara negra, a capa negra cobria o corpo nu do homem que possuía asas como as de um corvo.

Não sentiu medo, e estranhou essa sensação.
Ele a beijou profundamente e então ela sentiu sua alma ser sugada, seu corpo estremecenco com o toque frio daquelas mãos gélidas.
Ele a tomou nos braços e tirou sua roupa beijando seus delicados seios, arranhava suas costas fazendo com que alguns filetes de sangue escorressem e ela adorava.

Sentaram ali na beirada do prédio, ela por cima sentindo ele a penetrar tão profundamente quanto podia, ela viu seus olhos que agora tinham um brilho quase ameaçador.
Ele a beijou furiosamente uma ultima vez, ela jogou seu corpo para trás e enquanto ele beijava seu ventre ela viu os carros lá na avenida, havia quase se esquecido do que estava fazendo ali.

Ele a puxou para si e com um sorriso diabólico deu uma ultima investida, a garota foi invadida de uma deliciosa sensação de prazer, então sentiu como se eles dois caíssem sem parar, numa velocidade incrível, ele a abraçou e tudo ficou escuro.

Na calçada seu corpo jazia ensanguentado e desfigurado, algumas pessoas pararam para olhar, mas a expressão de horror na cara de quem via foi muito forte ao notarem o sorriso nos labios da morta.
"O prazer de morrer"
(Nuit Engel)

Um comentário:

  1. Lindo e Poético! Adorei!

    "Oh Prazer Sensual que Move a Alma Entregue aos Braços da Misteriosa e Noturna Chamada pelos Humanos de Morte!"

    ResponderExcluir